Nasci sob o signo da água, é a minha bebida preferida: com ou sem gás, natural, misturada ou gelada. Quando posso, quero que seja servida em um grande e incolor copo de vidro. É um luxo! Quando acordo, após me alongar prolongadamente, ainda na cama, tomo belos goles d'água e, só então, me levanto.
É a primeira coisa e, às vezes, única que ofereço a quem vem me visitar, principalmente se esta visita for rápida.
Adoro chuva, mesmo as tempestades, mas respeito muito as forças da natureza. Adoro dormir com chuva: a humidade, o cheiro e o barulho dela caindo no solo é alguma coisa muito poderosa e como faz bem!
Lembro-me que a primeira vez que entrei nas bordas da Selva Amazônica, a uma margem de um dos afluentes do Rio Negro, desejei tão fortemente que caísse uma tempestade que acabei sendo atendida. Caiu uma enxurrada daquelas! Fiquei um pouco assustada, mas achei o máximo!
Depois de um mês que passei em Manaus, voltei para Brasília e todos me perguntavam porque minha pele estava tão linda, eu não sabia, mas depois de refletir um pouco atribuí aquela melhora às águas do Rio Negro que abastece a cidade. Água maravilhosa que as micro-algas a colorem de uma cor quase preta.
Quando criança e no início da adolescência, sempre passava dez dias de minhas férias de Julho em São Lourenço. Ia com meus avós, minha tia, seu marido e meus dois primos que moravam em Petrópolis. Todos os dias, após o café da manhã, íamos para o Parque das Águas onde vovô, tia Pérola e eu tomávamos águas de todas as fontes, menos a sulfurosa que passávamos no rosto pois fazia muito bem à pele. Lá, a água gasosa é uma das únicas que tem gás natural e assim sai da fonte. Além disso, havia um SPA que, naquela época, ainda não era chamado assim, e eu tomava uma ducha que tinha um forte jato e fazia uma massagem deliciosa em minha coluna.
Já fiz dois SPAs, em duas edições da Casa Cor, daqui de Brasília e ficaram muito chiques e aconchegantes! No primeiro, havia um oforô de madeira e no segundo, uma banheira enorme com uma iluminação que mudava a cor da água constantemente.
Fui criada em Niterói, quando, ainda se podia tomar banho em Icaraí porque não era uma praia poluída. Também ia muito à Itacoatiara, à Itaipu, à Búzios e Cabo Frio. Ia também para Vitória, no Espírito Santo, em muitas de minhas férias de fim de ano. Quando ia para Recife adorava as águas de Boa Viagem. Quando iniciei a Faculdade de Arquitetura, todos os dias, atravessava de barca a baía de Guanabara rumo à Praça XV, onde tomava um ônibus para ir para a Ilha do Fundão, onde fica a UFRJ. Este tempo que ficava na barca era muito bem aproveitado: eu lia, estudava, e apreciava a paisagem que sempre muda conforme a luz do dia.
Em todos os lugares do mundo, que já pude conhecer, procurei sempre dar uma volta de barco em rios, lagos e mares. Fiquei muito feliz quando, em Barcelona, pude, pela primeira vez, fazer um pequeno passeio pelo Mediterrâneo.
Aqui em Brasília tem pouca água. É um lugar que fica com umidade baixíssima de Abril a Novembro. A grama fica esturricada, quando não acaba queimada, as árvores perdem as folhas e o que salva este tempo são as flores que colorem a cidade de maneira dadivosa. Porém, logo quando começam as primeiras chuvas, a grama fica verde e nascem novas e tenras folhas nas árvores. O lago Paranoá faz uma vista aquática muito reconfortante, e gosto muito de apreciar sua paisagem que vejo da academia onde me exercito todos dias. É um bálsamo para a alma.
Quantas coisas poderia ainda escrever sobre a água por linhas sem fim, mas por agora, vou ter parar...
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